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Ed. Biblioteca do Exército, 1979. Tamaño 23 x 16,5 cm. Incluye quince reproducciones a color sobre papel ilustración. Estado: Usado excelente. Cantidad de páginas: 296

Mallet o patrono da artilharia, Portella Ferreira Alves001A biografia de Mallet harmoniza-se, na Biblioteca do Exército, com a de Caxias e a de Osório. Revive e pormenoriza a carreira exemplar, a servico do Brasil, do heróico patrono.. Faz que as novas geracoes deixem de lado a lenda que envolvia na sua nuvem de incerteza e dúvida a nobre existencia do soldado invicto, e lhe conhecam afinal, mais do que a fama, a exata verdade que a confirma e ilustra. Para que se tenha do grande homem, nao a noticia vaga, em termos de apología, mas a descricao sincera, em termos de ressurreicao. Esta é a palavra que se dá ao julgamento documentado, ou seja, honradamente histórico, de uma consciencia indissoluvelmente unida á sorte de seu Paìs, de uma vocacao a ele profundamente dedicada, de uma vida que fulgurou nos campos de guerra como a estrela dos nossos destinos. Tem essa limpidez e essa altura a estrela de Caxias. Brilha sobre a impetuosa bravura de Osório. Acompanha zelosamente a trajetória de Mallet. Estende-se da Independencia à consolidaçao do Império; prolonga-se do principio ao apogeu do Brasil como Pátria livre; linear e impoluta, com a circunstáncia de nao ter jamais tropeçado na desolaçao de uma derrota. Foi maravilhosamente o chefe inalterável da vitória.

Ai está a formaçao correta do militar que, pertencendo, pela origem francesa, ao partido antinapoleónico, trouxe, menino e moço, para o Rio de Janeiro, o espírito e os compromissos dos generais de Austerlitz. Nao somente a tendencia, mas o genio das armas. O que chamaremos a irresistível inclinaçao para o sacrificio e a grandeza (como a sacramentou Vigny) da luta sob as bandeiras desfraldadas, da silenciosa devoçao dos quartéis, do comando inteligente nas horas de fogo, tao ligado à profissao —primeiro artilheiro do Brasil— que nos parece, tranqüilo e infalível, a própria alma das Forças Armadas.

O momento supremo de sua açao formidável foi a 24 de maio, na planicie entre pantanos e bosques de Tuiuti: batalha dos Patronos; a cavalo, voando de uma para outra banda, poncho ao vento e lança em punho, Osório; de pé firme, imobilizando nas linhas da defesa a Infantaria compacta, Sampaio; dominando os seus canhoes, inacessíveis ao ataque pelo fosso que prudentemente mandara abrir à frente da batería, frió, incansável, resoluto, lembrando à tropa a imagem severa do chefe que desafia o inimigo com a sua promessa de antes morrer do que ceder, invencível comandante da Artilharia no centro da peleja, Emilio Luiz Mallet!

Mallet o patrono da artilharia, Portella Ferreira Alves003Detenhamo-nos nesse grave momento de sua experiencia. Dela dependeu a campanha da Tríplice Aliança. Conta Centurion em suas Memórias que terminou em Tuiuti a possibilidade de Lopez ganhar a guerra. Ali perdeu a fina flor de suas milicias. Ali se patenteou a fibra de nossos soldados. Consistiu a estratégia da surpresa, com que foram investidos os aliados a 24 de maio de 1866, o arremesso da Cavalaria sobre a posiçao de Mallet que, uma vez destruida, permitiria o cerco e destroço das duas alas a que servia de proteçao. Seria inevitavelmente aniquilado, a pano de espada, pelas hostes que a galope lhe caíram em cima, se nao as tivesse adivinhado e, pacientemente, anteposto à carga o fosso em que esbarrou. Leva-nos a pensar em Waterloo, quando a esplendida cavalaria de Ney mergulhou nas dobras do terreno desconhecido; e, na imaginaçao do poeta, a mao de Deus apagou o sol do Império frances.

Porque Mallet nao quis arriscar as suas peças, e com pachorra, sem dormir, rasgou no chao o sulco que as salvaria. Superior ao acaso ou à negligencia. Dando aos arrojados e aos impacientes a liçao magnífica de sua ciencia de triunfar. Triunfando ele mesmo da confiança e da inércia. Fazendo do fosso, cavado na terra que se empapou de sangue, a base de sua imortalidade. Foi Mallet, em última análise, o vencedor indiscutível de Tuiuti.

Mallet o patrono da artilharia, Portella Ferreira Alves004Da mocidade à velhice, permaneceu fiel à predestinaçao. Nao ambicionou oportunidades; concentrou-se com serena perseverança nos deveres jurados, e cumpridos; por toda a existencia, o modelo do bom e forte soldado.

E o que verificamos, revendo-lhe, na probidade e no vigor da vida bem vivida, o retrato de corpo inteiro que se contém nestas páginas veridicas. Enaltecem o Patrono da Artilharia. Honram a Pátria que adotou – e o Exército a que serviu.

Leia-se este livro, que saiu do sério estudo e da pesquisa metódica de um dos mais categorizados intelectuais do Exército, o Coronel Joaquim Victorino Portella Ferreira Alves, oficial de Estado-Maior, do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil, veterano da Força Expedicionária Brasileira.

Pedro Calmon

INDICE
Prefácio do Prof. Pedro Calmon
I- A FAMILIA MALLET
1- A Casa de Mallet
2- O Brasao da Familia Mallet
—Interpretaçáo Heráldica
—Histórico
3- A Decisao de Emigrar
4- O Berço de Emílio Luiz
II- DO VELHO AO NOVO MUNDO
1- A Virada do Século
—Na França
—No Brasil
2- A Viagem
III- PRIMEIROS TEMPOS NO BRASIL
1- Novas Atividades
2- A Vocaçao do Caçula
IV- O BATISMO DE FOGO NA CAMPANHA DE 1827
1- A Questao do Prata
2- Os Primeiros Passos do Grande Artilheiro
V- A INGRATIDAO
1- O Imperador Abdica
2- Dura Lex
3- Mallet na Vida Civil
VI- UMA DESTINAÇAO — MALLET NA GUERRA DOS FARRAPOS
1- O Fantasma Separatista
2- O Fim da Luta Fratricida
VII- MALLET NA CAMPANHA DE 1851-1852
1- O Brasil no Prata
2- Campanha Contra Oribe
3- Guerra Contra Rosas
VIII- FECHA-SE O TEMPLO DE JANO
1- A Reversao de Mallet
2- E a Carreira Continua
IX- MALLET NA CAMPANHA DO URUGUAI
1- Tentativas Diplomáticas
2- Mallet e a Participaçao da Artilharia
3- Mallet no Ataque a Paissandu
4- Objetivo Final: Montevidéu
5- A Recompensa
X- NA GUERRA DA TRÍPLICE ALIANÇA
1- Antecedentes
2- Abre-se o Templo de Jano
3- De um Para Outro Teatro de Operaçoes
—A Rocada
—A Concentraçao em Território Argentino
4- A Retomada de Uruguaiana
5- No Combate da Confluencia
6- Surpresa em Estero Bellaco
7- Mallet em Tuiuti
—Os Relatórios e as Partes de Combate
—A Relaçao dos Bravos Artilheiros
8- Nos Combates de 16 a 18 de julho
9- Curuzu e Curupaiti
10- Na Marcha de Flanco Sobre Humaitá
11- A Segunda Batalha de Tuiuti
12- Na Tomada de Estabelecimento
—Recompensas
13- Finalmente Humaitá
14- A Dezembrada
—Em Itororó
—Outras Vitórias
15- Queda de Assunçao
16- Campanha das Cordilheiras
—No Ataque a Peribebuí
—Na Batalha de Campo Grande
—Na Picada de Caraguataí
17- Perseguiçao a Lopez
18- Última Missao de Mallet no Paraguai
19- Técnica e Tática
XI- UMA AMIZADE SÓLIDA
XII- ENFIM A PAZ
1- As Conseqüéncias da Guerra
2- Prossegue a Carreira de Mallet
XIII- AS ÁRVORES MORREM DE PÉ
1- Os Últimos Dias
2- O Comunicado
3- Os Funerais
4- O Repouso Eterno
XIV- A FIGURA HUMANA DE MALLET
XV- UMA ARTILHARIA GANHA UM PATRONO
1- A Escolha do Nome
2- O Ato Oficial
XVI- UM REGIMENTO GANHA UM NOME
1- Genese
2- O Decreto
3- Os Detalhes e a Medalha Mallet
XVII- MALLET NA LIRA DO POETA
– Mallet
– O Leao de Tuiuti
ANEXO I- A Fé de Oficio de Mallet
ANEXO II- Calendário da Vida de Mallet
ANEXO III- Descendencia de Mallet, em Linha Direta